Por Desirèe Assis, g1 Bauru e Marília. Publicado em 06/09/2022.
Procurar um lugar para morar pode ser uma experiência desgastante por conta da burocracia, que envolve comprovação de renda e garantias, ainda mais quando o processo é feito às pressas. Desse desafio, surge um novo modelo de locação mais rápido: a moradia por assinatura.
A proposta desse serviço é que o locatário escolha o imóvel reformado e equipado, sem a necessidade de um fiador ou de comprovar renda. O aluguel ainda inclui valores de condomínio, IPTU, luz, gás e internet: tudo pago de uma única vez.
Para acessar o serviço, basta o usuário escolher o imóvel que quer morar pela internet – aplicativo ou site -, determinar o período de estadia, que pode variar de dias até mais de um ano e finalizar com o pagamento.
A plataforma de moradia por assinatura garante a facilidade de cancelamento, já que basta um clique para que o morador decida onde quer estar. Parecido com uma plataforma de aluguel para férias e feriados, nesse caso, a tendência é acomodar o morador por um período mais longo.
Seja para o médico que migrou de cidade, o divorciado que precisa sair de casa, o jovem que não mora mais com os pais ou o trabalhador que foi transferido e precisa se acomodar: para esse público, o conceito de moradia por assinatura é ideal.
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, afirmou ao G1 que o modelo de assinatura de imóveis surge para atender a uma parcela da população mais interessada em usar e, não, em possuir.
Concentrada em capitais, a tendência deve, segundo o presidente, disparar para o interior de São Paulo, com a promessa de atrair os moradores com as facilidades de contratação pela internet, flexibilidade e garantias necessárias.
“Já está acontecendo essa migração. São Paulo possui cidades-metrópoles no interior, como Bauru, Marília, Sorocaba e São José do Rio Preto, que possuem pessoas interessadas nesse tipo de moradia. São cidades-sede de grandes empresas que têm profissionais adeptos à tendência”, pontua.
Conforme Augusto, essas moradias são melhores para aqueles que não possuem vínculos com a cidade em que está e precisa de facilidade na locomoção.
No interior de SP
Ao olhar para esse cenário, uma startup encontrou um leque de opções para hospedar pessoas e mudar o conceito tradicional. Há três anos no mercado, a empresa é pioneira no serviço de moradia flexível 100% digital, com o objetivo de reinventar a forma de morar.
Em um contexto como o do Brasil, no qual uma família gasta em média 72% da renda com habitação, transporte e comida, a noção tradicional de moradia, enquanto patrimônio, começa a perder sentido.
Crescente, o movimento está em sintonia com os hábitos de jovens mais interessados nos serviços e na localização do que na posse. Segundo o empresário Alexandre Frankel, atual CEO da startup, 82% desse público preferem alugar a comprar, porcentual que supera a média nacional.
Ao g1, Alexandre explicou que esse serviço já existe em Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), São Carlos (SP), São José do Rio Preto (SP), Santa Bárbara D’Oeste (SP), São José dos Campos (SP) e Presidente Prudente (SP). Em todas essas cidades, os empreendimentos estão em fase de lançamento e construção.
“Há um forte crescimento desta demanda de moradia flexível, e, em especial, por assinatura. O comportamento do usuário de moradia mudou e a tendência é que ainda em 2022 tenhamos números ainda mais expressivos”, explica.
Leia o artigo orginal em: https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/mercado-imobiliario-do-interior/noticia/2022/09/06/moradia-por-assinatura-tendencia-dispara-no-interior-de-sp-e-atrai-interessados-em-flexibilidade.ghtml